segunda-feira, 11 de março de 2013

15 Coisas das quais não temos saudades

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15 COISAS DAS QUAIS NÃO TEMOS SAUDADES (mas que dão um aperto no coração...)
1. FURAÇÃO DA BASE DO TRUCK
Antigamente, a furação das bases dos trucks ficava nas extremidades. Os parafusos que ficavam próximos ao tail e ao nose sofriam com as manobras. O atrito com as bordas e copings desgastava-os, e as porcas ficavam redondas, tornando inútil qualquer tipo de ferramenta. Dispensável descrever a dificuldade pra desmontar um skate nessa situação. A solução, simples como toda boa ideia deve ser, foi deslocar os dois furos mais para o centro da base, livrando-os da perigosa proximidade dos obstáculos.

2. LAPPER
Acessório feito de plástico, que era fixado nos parafusos de “dentro” da base do eixo traseiro. Tinha como principal função proteger o parafuso central e evitar o hang up. Nos anos 80, todos os skates montados eram vendidos com um belo lapper ornando o truck.

3. SABONETEIRA
O visual bizarro foi o responsável pelo equipamento receber esse nome. Acredite, ele ficava localizado debaixo do tail, na extremidade que tocava o solo. Sua função era evitar o desgaste do shape. Era preciso quase ser um mágico para acertar um bom ollie...

4. COOPER
Os trucks tinham tanta proteção que nem parecia que eram feitos de ferro: além do lapper, tinha também o coper, espécie de cano de pvc cortado longitudinalmente, encaixava-se na trave dos eixos para evitar que os mesmos sofressem arranhões. Hoje, é algo quase inimaginável, trocar o ruído do ferro pelo do pvc.

5. BIQUEIRA
Mais uma das “grandes” invenções criadas para proteger o skate, a biqueira ficava presa ao nose e evitava a destruição do shape. Algumas eram feitas de borracha, outras de plástico. Um legítimo “item de fábrica” dos anos oitenta.

6. LIXAS ESTILIZADAS
Sim, existiram lixas estilizadas, de todos os jeitos e formas. Camuflada, zebrada, morcego, coração, transparente, com mulher pelada, estampa de nota de dólar. Até parece que as pessoas responsáveis pela “criação” desses modelos se esqueceram do detalhe essencial: o papel da lixa é, e sempre será apenas um — proporcionar aderência e não deixar o pé escorregar do shape.
 7. U-BOLT
Parafusos em forma de U, com a rosca nas extremidades. Inegável que facilitava a montagem/desmontagem do skate, pois dispensava o uso de chave “philips”, de fenda ou allen. Mas o peso extra e a parte que ficava em cima da lixa arruinaram a ideia. Uma outra loucura em termos de fixação dos eixos: usar o parafuso de base invertido, com a porca e cerca de 2cm de parafuso virados para cima. Tinha cara que dizia que era bom, prendia o pé da frente e o ollie ia mais alto. Tá bom.
8. Z–ROLLER
Um fabricante de eixos inventou uma trave giratória. A promessa era que seu eixo duraria pra sempre: em vez de raspar no coping, a trave girava, com se fosse uma roda. Sem atrito, sem gasto. A ideia, parecida com chupar bala sem tirar o papel, não vingou.
9. SHAPE COM FÓRMICA
A marca americana Santa Cruz criou o “Everslick”, uma grossa camada de resina aplicada na parte de baixo do shape, que o fazia escorregar com muito mais facilidade. Com a tradicional criatividade brasileira (que, infelizmente, às vezes se mistura com uma certa falta de noção) algumas marcas colaram uma folha de fórmica embaixo dos shapes, prometendo obter o mesmo resultado. Escorregava sim, mas o que já era pesado, ficou ainda mais “gordo”. E a fórmica eventualmente rachava e descolava.

10. BILHA
O maior pesadelo de qualquer skatista nos anos 80. Ao contrário dos rolamentos, fechados, desenvolvidos para suportar e proporcionar velocidade, as bilhas são esferas soltas, sem lubrificação. Além do barulho insuportável e da baixíssima durabilidade, fazia com que o skate fosse lento até na descida.

11. KIT WALKMAN POCHETE
Na era de minúsculos tocadores de mp3, andar de skate ao som da sua banda preferida é um prazer. Mas, em uma época de fitas k7 e grandes e pesados walkmans (e, um pouco depois, discmans), a pochete era necessária para carregar um aparato como esse. Peso extra e desconforto garantido pra sua sessãoCom o advento das calças largas, tornou-se possível dispensar a pochete (graças a Deus) e carregar o walkman no bolso.

12. TORNEAR RODAS
Os anos 90 chegaram rápido, e de repente todo mundo estava usando rodas de 38/40 mm. O que fazer com aquela enorme T-Bones, com abomináveis 67mm? Gastá-las no torno mecânico! Não, ninguém pensava em reciclar os vários gramas de uretano que ficaram no chão das oficinas.
13. A MÁ FAMA INTERNACIONAL
Durante muito tempo, fomos vistos como o país das marcas copiadas, e o que é pior: com muitas razões para tal. A ponto de skatistas americanos virem ao Brasil e não usar logotipos ou desenhos de seus patrocinadores para evitar a cópia. Quem saía do Brasil pra competir no exterior também sofria com a situação. Ainda que atualmente existam resquícios, nosso reconhecimento internacional hoje vem da comprovada habilidade de nossos skatistas.
14. SKATE PROIBIDO POR LEI
Algumas cidades conseguiram legalmente proibir o skate em suas ruas e calçadas. O caso mais gritante ocorreu na maior cidade do país, São Paulo, em 1988. O ex-Presidente da República e então prefeito Jânio Quadros será eternamente lembrado por sancionar uma das leis mais absurdas que o país já viu. Quando a diversão é fora da lei, só os fora da lei se divertem.

15. UNIFORMES DE EQUIPE DE COMPETIÇÃO
No início do skate, era comum equipes de skatistas que participavam de competições. Dói a vista ver, trinta anos depois, skatistas ainda usando camisetas de patrocinadores com a inscrição “Competidor” nas costas.


  • Eixo Z-Rooler (Fotos: Renato Custódio e Homero Nogueira)
  • Shape com fórmica (fotos: Renato Custódio e Homero Nogueira)
  • Tornerar rodas (fotos: Renato Custódio e Homero Nogueira)
  • Janio Quadros, prefeito de São Paulo em 1988, proibiu o skate nas ruas e calçadas da capital paulista.
  • Biqueira
  • Saboneteira
  • Lixas Estilizadas
  • Lapper
  • U-Bolt



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