Dando continuidade a série que disponibilizará, no Portal CemporcentoSKATE, a íntegra de matérias publicadas na revista. Desta vez, destacamos a matéria "O Poder do Pop", publicada na edição 08 - ANO 14, de 2009. Confira abaixo a entrevista e fotos na íntegra.
O Poder do Pop
Por Douglas Prieto
Quando você faz a opção por andar de skate como streeteiro, assume um compromisso velado consigo mesmo: daqui pra frente, a coisa que você mais fará na vida será dar ollie. Por mais que você goste de ler, fazer sexo, ir ao cinema ou comer uma pizza, a partir desse momento você não vai conseguir fazer nenhuma dessas coisas mais do que bater o tail no chão e pular pra cima. É um mantra pra seguir pelo resto de seus dias.
A simples prática não leva a perfeição absoluta, mas lições vão sendo aprendidas e o ollie vai ficando cada vez mais útil, mais alto, mais limpo. Força, velocidade, condição física, gesto motor, a ciência usa seus meios pra tentar desvendar um movimento incompreensível para muitos, básico para todos nós. Os instantes em órbita que um bom ollie permite são como que um desligamento da vida real. No ar, o skatista deixa lá embaixo as mazelas da vida terrena, e naquele instante troca todos os inúmeros problemas por um só: uma aterrissagem suave.
E o pop? É o extraordinário, o inerente, o que torna um skatista diferente de milhares de outros. É ainda mais misterioso do que o próprio ollie. Quem tem, não sabe dizer o que é. Sabe demonstrar, mesmo inconscientemente, a cada batida de tail. É a explosão do ollie, um breve lapso de negação da física, um desafio à ciência, um prazer efêmero que faz transpor uma altura improvável, encaixar os eixos numa borda inalcançável. O momento mágico. Uma espécie de poder secreto incutido em cada um. Aqui, oito exemplos de skatistas que dominaram, e usam a seu favor, um poder inexplicável.
SILAS BISTECA – OLLIE FLIP
Uma pequena rampa pode auxiliar bastante quem não tem um ollie capaz de grandes proezas. No caso de Silas Bisteca, que normalmente dispensa transições para atingir grandes alturas, uma leve inclinação vira uma catapulta. O ollie flip do Silas nessas condições parece mais um exercício de levitação.
WILLIAN SECO – NOLLIE SHIFTY
Se você quiser comer um pão abençoado com receita secreta e acompanhar uma missa com canto gregoriano, o Mosteiro e Colégio São Bento, no centro de São Paulo, é o lugar para onde você deve se dirigir. No sentido contrário, saindo do Mosteiro, Seco decola de nollie e entorta de shifty, deixando pra trás os cerca de 40 monges que vivem enclausurados e seguem o lema “ora e trabalha”.
HERMIÓGENES MICROFONE – BACKSIDE SMITHGRIND
A altura da pequena guia azul é irrelevante em números absolutos. Em aplicação prática, coloca o backside smithgrind de Hermiógenes “Microfone” num outro patamar. Quando se está andando em obstáculos na altura da linha da cintura, qualquer centímetro é um penhasco.
MARIO MARQUES - OLLIE
Se o obstáculo saiu da arquitetura, a manobra é pura física. Mario Marques atravessa um dos pilares de sustentação da marquise do Parque do Ibirapuera, vencendo altura e distância usando velocidade, energia cinética, biomecânica, impulsão e a mais potente de todas as forças: a vontade de se superar como skatista.
O Poder do Pop
Por Douglas Prieto
Quando você faz a opção por andar de skate como streeteiro, assume um compromisso velado consigo mesmo: daqui pra frente, a coisa que você mais fará na vida será dar ollie. Por mais que você goste de ler, fazer sexo, ir ao cinema ou comer uma pizza, a partir desse momento você não vai conseguir fazer nenhuma dessas coisas mais do que bater o tail no chão e pular pra cima. É um mantra pra seguir pelo resto de seus dias.
A simples prática não leva a perfeição absoluta, mas lições vão sendo aprendidas e o ollie vai ficando cada vez mais útil, mais alto, mais limpo. Força, velocidade, condição física, gesto motor, a ciência usa seus meios pra tentar desvendar um movimento incompreensível para muitos, básico para todos nós. Os instantes em órbita que um bom ollie permite são como que um desligamento da vida real. No ar, o skatista deixa lá embaixo as mazelas da vida terrena, e naquele instante troca todos os inúmeros problemas por um só: uma aterrissagem suave.
E o pop? É o extraordinário, o inerente, o que torna um skatista diferente de milhares de outros. É ainda mais misterioso do que o próprio ollie. Quem tem, não sabe dizer o que é. Sabe demonstrar, mesmo inconscientemente, a cada batida de tail. É a explosão do ollie, um breve lapso de negação da física, um desafio à ciência, um prazer efêmero que faz transpor uma altura improvável, encaixar os eixos numa borda inalcançável. O momento mágico. Uma espécie de poder secreto incutido em cada um. Aqui, oito exemplos de skatistas que dominaram, e usam a seu favor, um poder inexplicável.
SILAS BISTECA – OLLIE FLIP
Uma pequena rampa pode auxiliar bastante quem não tem um ollie capaz de grandes proezas. No caso de Silas Bisteca, que normalmente dispensa transições para atingir grandes alturas, uma leve inclinação vira uma catapulta. O ollie flip do Silas nessas condições parece mais um exercício de levitação.
WILLIAN SECO – NOLLIE SHIFTY
Se você quiser comer um pão abençoado com receita secreta e acompanhar uma missa com canto gregoriano, o Mosteiro e Colégio São Bento, no centro de São Paulo, é o lugar para onde você deve se dirigir. No sentido contrário, saindo do Mosteiro, Seco decola de nollie e entorta de shifty, deixando pra trás os cerca de 40 monges que vivem enclausurados e seguem o lema “ora e trabalha”.
HERMIÓGENES MICROFONE – BACKSIDE SMITHGRIND
A altura da pequena guia azul é irrelevante em números absolutos. Em aplicação prática, coloca o backside smithgrind de Hermiógenes “Microfone” num outro patamar. Quando se está andando em obstáculos na altura da linha da cintura, qualquer centímetro é um penhasco.
MARIO MARQUES - OLLIE
Se o obstáculo saiu da arquitetura, a manobra é pura física. Mario Marques atravessa um dos pilares de sustentação da marquise do Parque do Ibirapuera, vencendo altura e distância usando velocidade, energia cinética, biomecânica, impulsão e a mais potente de todas as forças: a vontade de se superar como skatista.
LUIZ APELÃO – BACKSIDE TAILSLIDE
Quando a entrada é alta e o despenco é na saída, um bom ollie é fundamental para garantir o controle, especialmente porque o preço por um erro nessas condições pode ser bem alto. Luiz “Apelão” se garante na entrada e na saída de um backside tailslide totalmente sob controle.
RONI CARLOS – FS NOLLIE HEELFLIP 180
Por questões pessoais, Roni Carlos passou cerca de seis meses sem andar de skate. Cento e oitenta dias de descanso para seu pop. O resultado do longo período de recarga: um frontside nollie heelflip 180 passando folgado por cima de um banco de praça numa quadra de Carapicuíba, na periferia paulistana.
LAURENCE REALI – NOLLIE BACKSIDE TAILSLIDE
Nollie backside tailslide de Laurence Reali. Exemplo de potência nas duas pernas, Laurence bate forte seu pé da frente pra decolar num nollie que leve seu tail a alcançar um cano num ponto bastante distante do solo, estalando seu nose e quebrando por instantes o silêncio de uma tranquila praça em frente ao Círculo Militar, em São Paulo (SP).
Quando a entrada é alta e o despenco é na saída, um bom ollie é fundamental para garantir o controle, especialmente porque o preço por um erro nessas condições pode ser bem alto. Luiz “Apelão” se garante na entrada e na saída de um backside tailslide totalmente sob controle.
RONI CARLOS – FS NOLLIE HEELFLIP 180
Por questões pessoais, Roni Carlos passou cerca de seis meses sem andar de skate. Cento e oitenta dias de descanso para seu pop. O resultado do longo período de recarga: um frontside nollie heelflip 180 passando folgado por cima de um banco de praça numa quadra de Carapicuíba, na periferia paulistana.
LAURENCE REALI – NOLLIE BACKSIDE TAILSLIDE
Nollie backside tailslide de Laurence Reali. Exemplo de potência nas duas pernas, Laurence bate forte seu pé da frente pra decolar num nollie que leve seu tail a alcançar um cano num ponto bastante distante do solo, estalando seu nose e quebrando por instantes o silêncio de uma tranquila praça em frente ao Círculo Militar, em São Paulo (SP).
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